Abel Ribeiro - um escritor lamecense

Abel Ribeiro escritor 1903Nasceu  na freguesia de Magueija, Lamego, em 1903. Diplomou-se pela Escola Normal de Vila Real, em 1921. Exerceu o Magistério na freguesia da Penajóia - como professor interino. EM 1929, foi provido na escola de Ferreirim, concelho de Sernancelhe; mais tarde, em Crestuma, Gaia - e, por, fim, no Porto.

João Araújo de Correia encontra no seu estilo uma expressão natural, correta, pinturesca, um resto de casticismo, e a crítica literária considera-o um prosador experimentado, revelando grandes dotes de observador, manejando o diálogo com fluência e naturalidade, dando à prosa vibração, carácter e colorido (O Comércio do Porto).

Publicou várias obras, com destaque para Sem Pátria (novelas, 1931), Modelos de Cartas para intercâmbio escolar e A Baroa e outros contos, este último constituindo-se como verdadeiras e lúcidas memórias da terra onde nasceu. Colaborou em vários jornais e revistas, como Beira-Douro, Voz de Lamego, Boletim da Casa Regional da Beira-Douro e, ainda, no Diário do Norte, do Porto.

A Baroa e outros contos e Modelos de Cartas para intercâmbio escolar podem ser consultados na Biblioteca Pública Municipal de Lamego.

a baroamodelos

Centenário do nascimento do ilustre historiador lamecense A. de Almeida Fernandes [1917-2017]

almeida fernandes
 
Nascido em Britiande, concelho de Lamego, a 26 de novembro de 1917, Armando de Almeida Fernandes figura na “história da cultura portuguesa como um dos mais lúcidos, talentosos e originais historiadores portugueses do século XX”[i]. Nos silêncios das terras de Lamego e Tarouca, constrói um sólido edifício da nossa história medieval, alicerçado no valor e na extensão de uma investigação histórica que se traduz em trabalhos de feitura original e que são de inquirição imprescindível para o melhor conhecimento da Idade Média Portuguesa[ii].

Consagra à investigação todos os momentos da sua vida, de labor incessante, perdendo o conceito de presente numa espécie de túnel da História, à boa maneira do príncipe renascentista Nicolau Maquiavel… De madrugada, entro no meu “santuário”. Deixo o pó e visto a minha roupa de gala. E assim decentemente vestido, visito as linhagens fundamentais da nobreza portugalense no repovoamento do Norte do País e na fundação da Nacionalidade[iii], e os grandes da Ordem de Cister. Eles me recebem com afabilidade e eu me alimento com o pão que é, em verdade, o meu e para o qual nasci. Não me acanho de falar-lhes; pergunto pelos motivos dos seus atos, e eles com humanidade me respondem. Durante horas não sinto sofrimentos, esqueço todas as ignomínias, não me lembro da pobreza e nem a morte me aterroriza[iv].

Jovem de muitos livros, Almeida Fernandes (AF) realiza trabalhos que cedo denunciam o seu especial interesse pelos primórdios da História de Portugal.  Com uma educação eclética, aprende Latim, Inglês, Alemão, Grego e Árabe, disciplinas essenciais no estudo da Toponímia e Antroponímia, e, igualmente, Música, compondo e tocando vários instrumentos, como órgão, banjo, clarinete e piano. Após frequentar o Colégio de Lamego, estuda em Coimbra, onde completa os Preparatórios de Engenharia Civil. Já no Porto, licencia-se em Engenharia Geográfica e Ciências Pedagógicas. Desde os vinte e dois anos até ao final da sua vida, AF devota-se ao estudo da História de Portugal, dos séculos V-XIII, dando à estampa as suas primeiras obras, que versam primordialmente personalidades como Egas Moniz, Conde D. Henrique, D. Pedro, Conde de Barcelos e, ainda, as grandes famílias medievais.

Se na biblioteca de seu pai recebe os seus primeiros conhecimentos, é a sua terra natal, Lamego, como uma das mais ricas na História Medieval Portuguesa, que o influencia na sua luta pela verdade histórica, no seu sentido de liberdade total[v], tocando em assuntos que deveriam ser conhecidos “por todos os que quiseram, e ora queiram, ser historiadores de Lamego – eruditos, aqueles, de tais convicções que quasi só por si se alheiam, em parecida ascensão, às culminâncias de onde se transfiguram à vista dos ingénuos a seus pés prostrados[vi]… Além do mais, seria imprescindível trazer à luz do dia um trabalho sobre Lamego na História Geral, iniciado por AF, mas, infelizmente, ainda não publicado[vii]. Frequentador da Torre do Tombo, da Biblioteca Nacional e de outros Arquivos e Bibliotecas, copia por mão própria, grande número, documentos, até hoje inéditos, bem como todo um conjunto de apontamentos, anotações, inventários…  e na sua cabeça regista os números dos documentos, as páginas sobre certo assunto e os nomes das personalidades da História Medieval, com as suas ligações linhagistas[viii].

Homem erudito e de espírito e saberes multifacetados, inspirado no ilustre linguista, filólogo, arqueólogo e etnógrafo José Leite de Vasconcelos e pelo distinto Abade Vasco Moreira, marcantes no seu percurso como historiador, não esquece o contributo de outras ciências na sua construção historiográfica. Com um saber verdadeiramente transversal, onde se cruzam a História, a Geografia, a Filologia, a Etimologia e a Onomástica (Antroponímia e Toponímia), consubstanciado num profundíssimo conhecimento do Latim bárbaro que o torna num paleógrafo de exceção, permitindo-lhe beber  história na raiz das palavras, a sufixos, prefixos e radicais, aos étimos pré-romanos, latinos, gauleses, celtas e germânicos (suévico-visigodos) e árabes[ix], transforma-se, naturalmente, num grande estudioso alti-medievalista, legando um verdadeiro contributo à ciência histórica nacional.

Em 2004, dois anos após o falecimento de AF, a Fundação Dona Mariana Seixas institui o Prémio A. de Almeida Fernandes – História Medieval Portuguesa, com o objetivo de  o homenagear e incentivar a novos estudos sobre as temáticas desta longa e complexa época. Embora alheio a honrarias e mercês, é facto que AF dava importância às manifestações de reconhecimento da solidez dos seus estudos e honestidade intelectual. A sua grandeza, como Historiador e como Homem, é reconhecida porquanto é condecorado com a Ordem do Mérito, grau de Comendador, entregue, em 2007, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lamego, bem como com a atribuição das Medalhas de Ouro dos municípios de Lamego e Tarouca, passando a figurar na toponímia destas duas cidades, com várias ruas e um monumento votivo ao seu distinto nome. Destaca-se, igualmente, o Colóquio A. de Almeida Fernandes organizado e promovido, em 2009, pela distinta Academia Portuguesa da História.

O seu ofício de historiador, solitário e abnegado, com a humildade dos grandes, e de rigorosa investigação e de espírito científico, em que minuciosamente se alicerçam os seus estudos, desagua num impressionante caudal de produção histórica que perde a visão acrítica do passado e vê-se depurada de antigos mitos ideológicos, que com o devir dos séculos ganhariam feição de verdade histórica, e que, por tal, importa valorizar e difundir nos anais da História, dignificando o seu perfil, o seu acervo bibliográfico e a sua memória, preservando-a e reconhecendo-a publicamente[x].

Autor de uma vastíssima obra e justamente apreciada por quem a conhece, que revela uma vastíssima cultura e espírito crítico argumentativo, constituindo no seu todo verdadeiros documentos-monumentos da História Medieval portuguesa[xi], AF publica, sem assinar, a parte mais vasta da sua obra, colaborando no jornal Comércio do Porto e em publicações lamecenses, como o Semanário Beira-Douro, onde divulga a cronologia da fundação do mosteiro de Salzedas; ou no Boletim da Casa Regional da Beira-Douro, com os seus preciosíssimos Tópicos da História Dúrio-Beirã[xii]; e no Jornal a Voz de Lamego, onde perpetua o último vali de Lamego, Echa Martim. Com obra consagrada nos cânones enciclopédicos, contabiliza um milhar de entradas, de sua autoria, na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, e colabora, ainda, nas revistas Bracara Augusta, Revista de Guimarães, Cadernos Vianenses e Caminiana, bem como na revista Beira Alta, em 1978, onde publica a polémica tese que defende o nascimento de D. Afonso Henriques em Viseu e não em Guimarães, e que «continua incontestada», segundo o académico João Silva de Sousa. Colabora, ainda, com a insigne Sociedade Martins Sarmento, que lhe publica parte de sua obra de investigador, e com o jornal ovarense João Semana, onde trava uma famosa controvérsia com o notório historiador José Mattoso, a propósito do Castelo da Feira[xiii]. Publica, ainda, poesia e surpreende a sua arte para o retrato e gravura, bem como a autoria de músicas de cânticos religiosos à Virgem Maria, poemas sinfónicos, missas e, inclusive, uma ópera[xiv]

Em suma, o historiador português que esteve mais próximo da revelação dos enigmas que continuam a envolver o nascimento de Portugal[xv], Almeida Fernandes, inaugura um singular e inédito paradigma de construção historiográfica, alicerçado numa ímpar erudição e capacidade hermenêutica, com grande sentido de época e interpretação histórica em termos de processos científicos, manifestada na completa independência de apologias, desvinculação das escolas históricas e liberdade total na procura da verdade numa “história que envelhece”, consubstanciada numa escrita de estilo próprio, até então impraticada, patenteada numa exímia correção e de discurso direto, vigoroso e contundente, de talentoso escritor, historiador, professor e poeta[xvi]. Por tais apreciações, passados 100 anos do seu nascimento, a História Medieval portuguesa inclina-se ao prestígio do historiador lamecense A. de Almeida Fernandes.

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[i] Cf. Prefácio de José Hermano Saraiva. In A. de Almeida Fernandes - Portugal Primitivo e Medievo, 2001, p. 5.

[ii] Joaquim Veríssimo Serrão - Homenagem a A. de Almeida Fernandes no 86.º aniversário do seu nascimento. Viseu: Fundação Mariana Seixas, 2003, p. 4.

[iii] A. de Almeida Fernandes - Portugal Primitivo e Medievo, Tarouca, Associação da Defesa do Património Arouquense, 2001.

[iv] Adapt. de Eduardo Lourenço – À margem: tempo e literatura. In Jornal de Letras. Ano XXXVII, n.º 1229, 2017.

[v] Flávia de Almeida Fernandes - Biografia do Historiador Medievalista Comendador
Dr. A. de Almeida Fernandes
[em linha]. [Consult. 10 nov. 2017]. Disponível em http://triplov.com/A-Almeida-Fernandes/Biografia/index.htm

[vi] A. de Almeida Fernandes - Echa Martim, o último vali de Lamego. Tarouca: Santa Casa da Misericórdia, 2012.

[vii] Câmara Municipal de Tarouca - Atribuição da medalha de ouro do Município de Tarouca ao Dr. Armando de Almeida Fernandes. Tarouca: Câmara Municipal, 1994.

[viii] Op. cit. (7).

[ix] João Silva de Sousa - Conferência proferida em Lamego, a 16 de Fevereiro de 2012, ao assinalar-se o 10.º ano do falecimento de A. de Almeida Fernandes [em linha]. [Consult. 13 nov. 2017]. Disponível em http://cadernosdahistoria.weebly.com/geografia-documental-de-armando-de-almeida-fernandes-ndash-um-ineacutedito.html

[x] João Maia - Homenagem a A. de Almeida Fernandes no 86.º aniversário do seu nascimento. Viseu: Fundação Mariana Seixas, 2003, p. 7.

[xi] António Sérgio, A. de Almeida Fernandes, Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1958, vol. 38.

[xii] Disponíveis na Biblioteca Pública Municipal de Lamego

[xiii] Veja-se Manuel Pires Bastos - Armando de Almeida Fernandes – Consagração nacional do medievalista português, 2009. Disponível em http://artigosjornaljoaosemana.blogspot.pt/2011/02/armando-de-almeida-fernandes.html 09.

[xiv] Op. cit. (5)

[xv] Op. cit. (1), p. 5.

[xvi] Alberto Abreu - Homenagem a A. de Almeida Fernandes no 86.º aniversário do seu nascimento. Viseu: Fundação Mariana Seixas, 2003, p. 8.

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Publicações de A. DE ALMEIDA FERNANDES (Armando de Almeida Fernandes)
 
FERNANDES, A. de Almeida (1945-1960) - vasta colaboração na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.
FERNANDES, A. de Almeida (1946) - Dom Egas Moniz de Ribadouro, Lisboa, 1946.
FERNANDES, A. de Almeida (1947) - Céu Amargo, poesia, Tarouca, 1957. 
FERNANDES, A. de Almeida (1950) - Os Bezerras e a Torre Senhorial de Ferreirim, Braga, 1950. 
FERNANDES, A. de Almeida (1959) - Como Nasceu Viana, Viana do Castelo, 1959. 
FERNANDES, A. de Almeida (1960) - Ponte de Lima na Alta Idade Média, Viana do Castelo.
FERNANDES, A. de Almeida (1960) - Acção das Linhagens no Repovoamento, Porto, 1960. 
FERNANDES, A. de Almeida (1960) - Lições de Didáctica Especial (policopiadas), Viana do Castelo, 1960-1962. 
FERNANDES, A. de Almeida (1962) - Os "Ermos" da Foz do Douro, Porto, 1962. 
FERNANDES, A. de Almeida (1963) - Vinte Opiniões Ilustres, Porto, 1963. 
FERNANDES, A. de Almeida (1963) - As Origens nas Igrejas da Diocese Lamecense, Porto, 1963. 
FERNANDES, A. de Almeida (1963) - Ainda Ponte de Lima Altimediévica, Viana do Castelo, 1963. 
FERNANDES, A. de Almeida (1965) - Do Porto Veio Portugal, Porto, 1965. 
FERNANDES, A. de Almeida (1965) - Arouca na Idade Média Pré-Nacional, Aveiro, 1965. 
FERNANDES, A. de Almeida (1968) - Notas às Origens Portucalenses, Porto.
FERNANDES, A. de Almeida (1968) - Paróquias Suevas e Dioceses Visigóticas, Viana do Castelo, 1968. 
FERNANDES, A. de Almeida (1968) - O Conde Vimara Peres - 868, Porto, 1968. 
FERNANDES, A. de Almeida (1968) - Os Limites da Arquidiocese Bracarense, Braga, 1968.
FERNANDES, A. de Almeida (1970) - Esparsos de História - Documentos Inéditos, Porto, 1970. 
FERNANDES, A. de Almeida (1971) - A Honra de Gouviães e Sua Estirpe. Braga.
FERNANDES, A. de Almeida (1972) - Portugal no Período Vimaranense, Guimarães, 1972. 
FERNANDES, A. de Almeida (1976) - Território e Política Portugalenses, Porto, 1976. 
FERNANDES, A. de Almeida (1973) - A Estirpe Vianense dos Velhos. "Arquivo do Alto Minho", 1973.
FERNANDES, A. de Almeida (1976) - Acção dos Cistercienses de Tarouca - As Granjas, Guimarães, 1976. 
FERNANDES, A. de Almeida (1977) - Amantes e Odientos, romance histórico, Barcelos, 1977. 
FERNANDES, A. de Almeida (1977) - O último Trovador (O Romance do Conde Dom Pedro), Barcelos, 1977. 
FERNANDES, A. de Almeida (1977) -  A Infanta-Rainha D. Mafalda, Porto, 1977. 
FERNANDES, A. de Almeida (1978) - Tarouca Monumental, Viseu, 1978. 
FERNANDES, A. de Almeida (1978) - Guimarães, 24 de Junho de 1128, Guimarães, 1978. 
FERNANDES, A. de Almeida (1979) - O Livro das Doações de Salzeda, "Beira Alta", (Viseu), 1979-1982. 
FERNANDES, A. de Almeida (1979) - Toponímia Vianense, "Cadernos Vianenses", 1979-1983. 
FERNANDES, A. de Almeida (1980) - A História de Lalim, Braga, 1980.
FERNANDES, A. de Almeida (1981) - A Nobreza na Época Vimarano-Portugalense - 1, Problemata, Guimarães.
FERNANDES, A. de Almeida (1981) - Algumas Informações Toponímicas, Braga, 1981. 
FERNANDES, A. de Almeida (1981) - A Burguesia Vimaranense nos Séculos XII-XIII, Guimarães, 1981. 
FERNANDES, A. de Almeida (1982) - Adosinda e Ximeno, Guimarães, 1962. 
FERNANDES, A. de Almeida (1982) - Um "Examen" Antropotoponimico, "Caminiana", Caminha, 1982-1986. 
FERNANDES, A. de Almeida (1983) - Toponímia Taraucense, "Beira Alta", (Viseu), 1983-1989. 
FERNANDES, A. de Almeida (1983) - O Antropónimo Vimara e a sua Toponímia, Guimarães, 1983. 
FERNANDES, A. de Almeida (1983) - Adosinda e Ximeno (versão resumida), Braga, 1983. 
FERNANDES, A. de Almeida (1985) - Considerações Acerca de Santa Iria, Braga, 1985. 
FERNANDES, A. de Almeida (1985) - Os Primeiros Documentos da Salzeda, Guimarães, 1985. 
FERNANDES, A. de Almeida (1989) - A Toponímia da Beira Alta, "Beira Alta" (Viseu), 1989 (em curso).
FERNANDES, A. de Almeida (1990) - A História de Lalim - Homenagem de Lalim ao Conde D. Pedro, Braga, 1990. 
FERNANDES, A. de Almeida (1990) - Tarouca na História de Portugal, 1, Viseu, 1990. 
FERNANDES, A. de Almeida (1990) - Oposição Toponímica à Doutrina do Despovoamento, Braga, 1990. 
FERNANDES, A. de Almeida (1990) - Faria 1127-1128, e não Feira (polémica, "João Semana", Ovar, 1990-1991). 
FERNANDES, A. de Almeida (1991) - Faria e não Feira - 1127-1128, Guimarães, 1991. 
FERNANDES, A. de Almeida (1991) - Taraucae Monumenta Historica, I/1, Braga, 1991. 
FERNANDES, A. de Almeida (1992) - Taraucae Monumenta Historica, I/2, Braga, 1992. 
FERNANDES, A. de Almeida (1992) - Viseu - Pátria de D. Afonso Henriques, conferência, Viseu, 1992. 
FERNANDES, A. de Almeida (1992) - Ponte e "Santa Doroteia", Braga, 1992. 
FERNANDES, A. de Almeida (1993) - Taraucae Monumenta Historica, I/3, Braga, 1993. 
FERNANDES, A. de Almeida (1993) - Viseu, Agosto de 1109 - Nasce D. Afonso Henriques, Viseu, 1993. 
FERNANDES, A. de Almeida (1994) - A "Arquimanha" Feirense de José Mattoso & C., II.I, Viseu, 1994. 
FERNANDES, A. de Almeida (1994) - Meadela Histórica, Viana do Castelo, 1994. 
FERNANDES, A. de Almeida (1995) - Intervenção de Lamego na Libertação Nacional (1126-1128), Viseu, 1995. 
FERNANDES, A. de Almeida (1995) - As Dez Freguesias do Concelho de Tarouca - História e Toponímia, Braga, 1995.
FERNANDES, A. de Almeida (1997) - Paróquias Suevas e Dioceses Visigóticas, Arouca, 1997.
FERNANDES, A. de Almeida (1997) - A História de Britiande, Lamego, 1997.
FERNANDES, A. de Almeida (1998) - Toponímia de Torredeita, Viseu, 1998.
FERNANDES, A. de Almeida (1999) - Toponímia Portuguesa - Exame a um dicionário, Arouca, 1999.
FERNANDES, A. de Almeida (1999) - Censual da Sè de Lamego (século XVI), Arouca, 1999.
FERNANDES, A. de Almeida (2000) - Obra Poética de A. de Almeida Fernandes, Viana do Castelo, 2000.
FERNANDES, A. de Almeida (2001) - Portugal Primitivo e Medievo, Arouca, 2001.
FERNANDES, A. de Almeida (2007) - Viseu, Agosto de 1109, nasce D. Afonso Henriques. Viseu, 2007.
FERNANDES, A. de Almeida (-)    - A Toponímia da Beira Alta (em publicação, "Beira Alta", Viseu).

Paula Araújo - uma escritora de alma lamecense no Ribatejo

paula araujo escritora lamecensePaula Araújo é natural de Lamego, residindo atualmente em Riachos, Torres Novas. Durante três anos viveu na região de Leiria. 

Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, Estudos Ingleses e Alemães, pela Faculdade de Letras de Coimbra em 1992, lecionando presentemente Inglês, na localidade da Chamusca. Ainda em 1990, reescreve uma parábola de Kafka e cria um conto intitulado Entre a Névoa Branca, com o qual recebe uma Menção Honrosa nos Jogos Florais de Évora. 

Em 2004, a autora publica, em edição de autor, o conto autobiográfico Cumpriu-se a Sentença do Céu…, fazendo um retrato comovente dos acontecimentos trágicos dos incêndios ocorridos, a 2 e 3 de agosto de 2003, no concelho da Chamusca.  

Durante alguns anos escreve artigos de opinião, em colaboração com o semanário regional O Riachense.  

Em maio de 2011, publica uma coletânea de dez contos infanto-juvenis para todas as idades, intitulada Histórias Sem Idade, apresentada, posteiormente, na Biblioteca Pública lamecense. Em 2014, com Salvador e a Talha da Felicidade estreia-se no romance juvenil, levando às camadas mais jovens uma história de valores, episódios de aventura, mistério e magia na região do Douro, em que o mundo natural é enfatizado como se tratasse de uma personagem viva e presente. 

Os Segredos do Lapedo (2017) continua na vertente do romance juvenil, cujo cenário é o Vale do Lapedo, onde as aventuras de alunos num acampamento revelam a beleza do lugar, o património natural e histórico do local, numa sequência de acontecimentos do dia a dia, em busca da valorização da amizade e da partilha, em que o real se embrenha na ficção. 

"Sou muito mais lamecense de alma do que ribatejana. Tenho em Lamego grande parte da minha família e muitas saudades..." Paula Araújo.

Joaquim Martins Teixeira de Carvalho

quim martins escritor

Joaquim Martins Teixeira de Carvalho, nascido em Lamego em 1861, foi um proeminente arqueólogo, jornalista, polígrafo, altista e crítico de Arte. A sua personalidade marcante e a sua popularidade (conhecido por “Quim Martins”) deixaram rastos entre a vida coimbrã da época . O lamecense Quim Martins, de  temperamento  cascalhante  de  alegria  e  com  o  seu  espírito  sempre risonho de revoltado, era venerado pela elite artística e literária do “seu tempo”, pois revelava um grande carácter servido por um grande talento, sempre com  aspirações  de independência, uma vida boémia inteligente e uma grande paixão estética  pelas  “velhas  coisas” portuguesas. Republicano da linha dura, Quim Martins foi a alma e o nervo do jornal Resistência,  órgão  do  Partido Republicano  de  Coimbra,  tendo-o  dirigido  entre  1895  e  1907 .Sócio efetivo do Instituto de Coimbra em 1884; como membro da sua Secção de Arqueologia, contribuiu significativamente para o enriquecimento do Museu do Instituto. Regeu a cadeira de Estática e História da Arte na Faculdade de Letras em 1919-1921.

A sua Alma é a Arte; o seu espírito é a Verdade.

Uma grande parte da sua obra foi reunida e publicada por Cândido Nazaré. professor da Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra .
•    Tese de Medicina Teórica e Prática (1888);
•    Das veias das extremidades (1882)
•  Garcia d’Orta. Notas sobre a sua passagem pelo Estudo e Escolas Gerais de Lisboa (1527-1534) (Coimbra, 1915);
•    Terapêutica negativa (Coimbra, 1888);
•    Um livro raro (1915)
•    A cerâmica coimbrã no século XVI (Coimbra, 1921);
•    Dois capítulos da vida do Dr. Pedro Nunes (1916)
•    Manuel de Arriaga (917)
•    Cartas de Antero de Quental
•    A cerâmica de Coimbra no século XVI (1921)
•    Mosteiro de Celas, Index de Frei Bernardo da Assunção (1921)
•    A livraria do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Estudo dos seus catálogos, livros de música e coro, incunábulos, raridades bibliográficas, ex-libris e curiosidades históricas (Coimbra, 1921);
•    João de Ruão e Diogo de Castilho. Notas à margem de um compromisso raro (Coimbra, 1921);
•    Ourives de Coimbra (Coimbra, 1922);
•    A Universidade de Coimbra no século XVI. Guevara (notas e documentos) (Coimbra, 1922)
•    Dois capítulos sobre Camilo Castelo Branco, seguidos de 15 cartas inéditas (1922)
•    Notas de um escrivão do Porto (1922)
•    Homens de outros tempos (1924)
•    Taxas dos Ofícios Mecânicos de Coimbra em 1593
•    O Mosteiro de S. Marcos
•    Prefácio à obra Túmulo da Renascença, de Vergílio Correia
•    Prefácio a João de Ruão de Prudêncio Garcia
•    Arte e Arqueologia
•    Notas de Arte e Crítica (1925)
•    Bric-à-Brac (1926)

 

Fontes:

Imagem do escritor retirada da obra "A livraria do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra."

https://www.uc.pt/org/historia_ciencia_na_uc/autores/CARVALHO_joaquimmartinsteixeirade
http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/8794/1/ulfl133728_tm.pdf
https://www.uc.pt/org/historia_ciencia_na_uc/autores/CARVALHO_joaquimmartinsteixeirade
http://www.prof2000.pt/users/avcultur/AiresDiniz/MuseuBrotero.htm

 

Contactos e Horário

Biblioteca Pública Municipal de Lamego
Rua de Almacave nº 9, 5100-108 Lamego
Horário: 09h00 às 12h30 e 14h00 às 17h30
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Telef.: 254 614 013 (Custo de chamada para rede fixa nacional)

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