Centenário do nascimento do ilustre historiador A. de Almeida Fernandes [1917-2017]

almeida fernandes

Nascido em Britiande, concelho de Lamego, a 26 de novembro de 1917, Armando de Almeida Fernandes figura na “história da cultura portuguesa como um dos mais lúcidos, talentosos e originais historiadores portugueses do século XX”[i]. Nos silêncios das terras de Lamego e Tarouca, constrói um sólido edifício da nossa história medieval, alicerçado no valor e na extensão de uma investigação histórica que se traduz em trabalhos de feitura original e que são de inquirição imprescindível para o melhor conhecimento da Idade Média Portuguesa[ii].

Consagra à investigação todos os momentos da sua vida, de labor incessante, perdendo o conceito de presente numa espécie de túnel da História, à boa maneira do príncipe renascentista Nicolau Maquiavel… De madrugada, entro no meu “santuário”. Deixo o pó e visto a minha roupa de gala. E assim decentemente vestido, visito as linhagens fundamentais da nobreza portugalense no repovoamento do Norte do País e na fundação da Nacionalidade[iii], e os grandes da Ordem de Cister. Eles me recebem com afabilidade e eu me alimento com o pão que é, em verdade, o meu e para o qual nasci. Não me acanho de falar-lhes; pergunto pelos motivos dos seus atos, e eles com humanidade me respondem. Durante horas não sinto sofrimentos, esqueço todas as ignomínias, não me lembro da pobreza e nem a morte me aterroriza[iv].

Jovem de muitos livros, Almeida Fernandes (AF) realiza trabalhos que cedo denunciam o seu especial interesse pelos primórdios da História de Portugal.  Com uma educação eclética, aprende Latim, Inglês, Alemão, Grego e Árabe, disciplinas essenciais no estudo da Toponímia e Antroponímia, e, igualmente, Música, compondo e tocando vários instrumentos, como órgão, banjo, clarinete e piano. Após frequentar o Colégio de Lamego, estuda em Coimbra, onde completa os Preparatórios de Engenharia Civil. Já no Porto, licencia-se em Engenharia Geográfica e Ciências Pedagógicas. Desde os vinte e dois anos até ao final da sua vida, AF devota-se ao estudo da História de Portugal, dos séculos V-XIII, dando à estampa as suas primeiras obras, que versam primordialmente personalidades como Egas Moniz, Conde D. Henrique, D. Pedro, Conde de Barcelos e, ainda, as grandes famílias medievais.

Se na biblioteca de seu pai recebe os seus primeiros conhecimentos, é a sua terra natal, Lamego, como uma das mais ricas na História Medieval Portuguesa, que o influencia na sua luta pela verdade histórica, no seu sentido de liberdade total[v], tocando em assuntos que deveriam ser conhecidos “por todos os que quiseram, e ora queiram, ser historiadores de Lamego – eruditos, aqueles, de tais convicções que quasi só por si se alheiam, em parecida ascensão, às culminâncias de onde se transfiguram à vista dos ingénuos a seus pés prostrados[vi]… Além do mais, seria imprescindível trazer à luz do dia um trabalho sobre Lamego na História Geral, iniciado por AF, mas, infelizmente, ainda não publicado[vii]. Frequentador da Torre do Tombo, da Biblioteca Nacional e de outros Arquivos e Bibliotecas, copia por mão própria, grande número, documentos, até hoje inéditos, bem como todo um conjunto de apontamentos, anotações, inventários…  e na sua cabeça regista os números dos documentos, as páginas sobre certo assunto e os nomes das personalidades da História Medieval, com as suas ligações linhagistas[viii].

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